A Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) está investindo R$ 16,8 milhões em um ambicioso Projeto de Extensão Estruturante (PPE) que promete revolucionar a produção rural em Ituiutaba. Com foco em modernizar o Laboratório de Solos da instituição, o projeto visa apoiar os pequenos produtores rurais da região, posicionando a UEMG como referência nacional no setor agrícola.
O projeto é uma iniciativa da Pró-Reitoria de Extensão (PROEx), em parceria com a unidade acadêmica de Ituiutaba, e os recursos vêm de uma suplementação orçamentária do governo de Minas. A verba está sendo usada para adquirir equipamentos de última geração, como sistemas de imagem de alta resolução, que vão permitir análises mais precisas do solo.
Coordenado pelo professor Henrique Machado, o projeto já está beneficiando dez famílias do Assentamento Divisa, criado em 1999 pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Essas famílias, que vivem em propriedades de até 30 hectares, agora recebem suporte técnico para melhorar a qualidade das pastagens e o manejo do gado leiteiro, principal atividade econômica local.
A modernização do Laboratório de Solos permitirá análises avançadas de micro e macronutrientes, densidade, granulometria e tecido vegetal. Além disso, o uso de drones e sensores de alta tecnologia ajudará a mapear as propriedades, identificando problemas no solo e oferecendo recomendações agronômicas precisas. Produtores de cana-de-açúcar também serão beneficiados com orientações técnicas sobre correção do solo e adubação, garantindo mais produtividade e menos problemas no futuro.
Apesar do potencial do projeto, os primeiros resultados mostram que os desafios são grandes. As análises iniciais revelam uma qualidade do solo preocupante nas áreas atendidas, o que impacta negativamente a produtividade. A equipe multidisciplinar, formada por especialistas em geografia, química e agronomia, identificou uma compactação severa do solo, que tem prejudicado as pastagens.
De acordo com o professor Douglas Freitas, responsável pelas análises nutricionais, a falta de orientação técnica levou muitos produtores a práticas agrícolas inadequadas. “Muitos vieram para o campo sem o conhecimento necessário, o que resultou em degradação do solo e abandono de áreas produtivas. Recuperá-las agora é um grande desafio”, explicou Freitas.
Com a reestruturação do Laboratório de Solos, a UEMG não só espera aumentar a produtividade rural como também melhorar a sustentabilidade das atividades agrícolas, evitando o êxodo rural. Além disso, o laboratório, já considerado uma infraestrutura de ponta, expandirá seus serviços para a comunidade externa.
O professor Henrique Machado ressalta a importância do laboratório para a economia local: “Com mais de 50% do PIB do município vindo da agricultura, é fundamental termos um laboratório que auxilie nessas análises”, afirmou.
Já o professor Moacyr Laterza Filho, pró-reitor de Extensão da UEMG, destacou o impacto do projeto para a comunidade e o meio acadêmico. “Este projeto fortalece o vínculo entre extensão universitária, ensino e pesquisa. Ao modernizar o Laboratório de Solos em Ituiutaba, estamos criando um centro de excelência que trará benefícios sociais e tecnológicos para a região, utilizando equipamentos de ponta e profissionais altamente qualificados”, destacou.
O projeto também será crucial para a formação dos estudantes da UEMG/Ituiutaba. Com as novas diretrizes do Ministério da Educação (MEC), que exigem horas de extensão para complementação dos cursos, o laboratório se tornará um espaço essencial para a aprendizagem prática e o desenvolvimento acadêmico dos alunos, consolidando a integração entre a universidade e a comunidade.
Investimento em novas tecnologias é um avanço pra agricultura, a produção de alimentos em grandes proporção depende de grande investimento.