A eleição para presidente dos Estados Unidos chega ao seu desfecho nesta terça-feira (5). Os eleitores poderão escolher entre Kamala Harris, do Partido Democrata, e Donald Trump, do Partido Republicano, para governar o país pelos próximos quatro anos.
Diferentemente do que ocorre em eleições diretas, a votação nos EUA é indireta. Os eleitores não votam diretamente nos candidatos, uma vez que a disputa presidencial é regida pelo sistema do Colégio Eleitoral. Neste sistema, o candidato que vencer em cada estado — e no Distrito de Columbia, onde se localiza a capital, Washington — recebe todos os votos que o estado tem direito, no modelo conhecido como “the winner takes all” (“o vencedor leva tudo”). Assim, o vencedor obtém todos os votos dos delegados daquele estado.
A quantidade de votos de cada estado no Colégio Eleitoral é determinada pela sua população. Contudo, Nebraska e Maine adotam uma regra diferente, permitindo que os votos sejam distribuídos proporcionalmente entre os candidatos, de acordo com os distritos eleitorais em que vencerem.
O Colégio Eleitoral é composto por 538 delegados. Para garantir a vitória, um candidato deve conquistar ao menos 270 votos. Isso significa que o vencedor da eleição não precisa necessariamente ser o que recebeu mais votos populares. Um exemplo disso ocorreu em 2016, quando Donald Trump foi eleito com quase 3 milhões de votos a menos do que Hillary Clinton.
A Califórnia é o estado que detém o maior número de delegados, com 54. O Texas ocupa a segunda posição, com 40 delegados, seguido pela Flórida (30), Nova York (28), e Illinois e Pensilvânia, com 19 delegados cada. Os estados com o menor número de delegados incluem Dakota do Norte, Delaware, Dakota do Sul, Vermont, Wyoming, o Distrito de Columbia e Alasca (3 cada); enquanto Maine, Montana, Idaho, New Hampshire, Virgínia Ocidental, Rhode Island e Havaí têm 4 delegados cada.
Alguns estados apresentam resultados mais previsíveis, uma vez que seus eleitores costumam apoiar um dos partidos. No entanto, existem os chamados “swing states” ou “estados-pêndulo”, onde não há uma maioria absoluta, tornando o resultado da eleição mais incerto. Atualmente, sete estados são considerados pêndulos: Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin.
Em um cenário de empate, com 269 votos para cada candidato, a escolha do vencedor recairá sobre a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, onde a delegação de cada estado terá direito a um único voto.
Uma característica importante do sistema eleitoral norte-americano é a possibilidade de voto antecipado em alguns estados, uma medida que visa evitar longas filas e tumultos no dia das eleições. Por meio desse processo, os eleitores podem enviar seus votos pelos Correios, inclusive do exterior, ou depositá-los em locais previamente determinados. Mais de 80 milhões de eleitores optaram por essa modalidade de votação, evidenciando sua importância nas eleições.