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Vitória de Trump: Saiba como Minas Gerais poderá ser impactada

Gabriele Leão
Donald Trump | G1

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A eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, no último dia 5, também gerou expectativas sobre a cotação da moeda norte-americana, que tende a ser valorizada, sobretudo no médio e longo prazo. Mas, como fica Minas Gerais, uma grande parceira dos americanos nas exportações?

O Brasil é o segundo maior parceiro comercial, respondendo por cerca de 16% das exportações mineiras, somando US$ 3,11 bilhões em 2024, de acordo com dados da Federação das Indústrias do Estado (Fiemg). O resultado da eleição foi celebrado pelo governador Romeu Zema (Novo).

PROMESSAS DE TRUMP x COMÉRCIO COM MINAS GERAIS

Nas promessas de campanha, o futuro presidente sugeriu, por exemplo, que aumentará as tarifas sobre os produtos importados pelo país da China em pelo menos 60% e de demais parceiros comerciais entre 10% e 20%. Ações de protecionismo semelhantes também foram vistas no primeiro mandato do novo chefe da Casa Branca, no período de 2017 a 2021.

A analista de negócios internacionais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) Verônica Winter, em entrevista para o Diário do Comércio, afirmou que “baseado na primeira gestão de Trump e no que ele prometeu nos palanques, existe um receio de que a siderurgia e o setor automotivo do Brasil sejam afetados se as barreiras comerciais realmente forem implementadas”.

BRASIL X CHINA X EUA

A China, que hoje é o principal parceiro comercial de Minas – seguindo a tendência nacional, pode ser um mercado explorado com mais intensidade, conforme Verônica. Entretanto, ela prega com cautela, tendo em vista a previsão do novo governo dos Estados Unidos em aplicar uma tributação maior de importações sobre os asiáticos.

“A China já é nosso principal parceiro comercial, podemos aumentar esse comércio com a China. Por um lado vai ser bom, mas por outro a gente pode enfrentar alguma dificuldade em termos de produtos chineses que iriam para os Estados Unidos acabarem vindo para o Brasil”, observou a analista da Fiemg.

A atração de investimentos também é fator de preocupação, conforme Verônica Winter, com a possibilidade de aumento de juros nos Estados Unidos a partir de 2025. Na campanha, Trump associou a medida ao controle da inflação. “Isso pode dificultar a atração de investimentos para o Brasil. Os investidores vão voltar a olhar para os Estados Unidos considerando a taxa de juros, valorização da moeda porque o dólar vai ficar mais valorizado”, projeta.

Além do mais, os chineses são grandes exportadores de aço e de veículos e, se os Estados Unidos realmente elevarem as taxas de importação, a China vai procurar outros países para receber o excedente da produção, incluindo o Brasil.

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