Um levantamento inédito, realizado pelos Cartórios de Registro Civil de Minas Gerais, revelou que, em Ituiutaba, 11 crianças e adolescentes, de até 17 anos, ficam órfãos de pelo menos um dos pais a cada ano.
A primeira consolidação desses dados em nível estadual ocorreu agora. O estudo também mostrou que, em 2021, a Covid-19 foi responsável por aproximadamente um terço da orfandade no município.
Nesse ano, duas crianças perderam seus pais devido à doença, de um total de seis órfãos.
Levantamento
O levantamento ocorreu entre 2021 e 2024. Os dados de óbitos dos pais foram cruzados com os registros de nascimento dos filhos, o que permitiu calcular, com precisão, o número de órfãos no município.
Até 2019, a inclusão do CPF dos pais no registro de nascimento não era obrigatória, dificultando a correlação entre os registros.
Com a nova obrigatoriedade, em 2021, o estudo se tornou viável.
Genilson Gomes, presidente do Sindicato dos Oficiais de Registro Civil de Minas Gerais (Recivil), comentou:
“O cruzamento dos dados de óbitos e nascimentos, agora com o CPF como identificador único, possibilitou esse levantamento inédito. Esses dados ajudam a oferecer à sociedade e ao poder público um panorama completo da orfandade em nosso estado.”
Aumento do número de órfãos nos últimos anos
Os dados do levantamento indicam um aumento no número de órfãos desde 2021. Além dos seis órfãos daquele ano, o número subiu para sete em 2022. Em 2023, o número de órfãos aumentou para 20. Até outubro de 2024, o total já chegou a 14 novos órfãos.
Impacto da Covid-19
A Covid-19 teve um impacto considerável na orfandade em Ituiutaba. Desde 2019, duas crianças perderam pelo menos um dos pais devido ao coronavírus.
Caso se considerem doenças relacionadas, como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e Insuficiência Respiratória, o número de órfãos sobe para quatro.
Além disso, o estudo mostrou que outras doenças, como infarto, AVC, sepse e pneumonia, também contribuíram para o aumento no número de órfãos.
Essas condições ficaram mais comuns durante a pandemia e agravaram a situação.
O Sindicato dos Oficiais de Registro Civil das Pessoas Naturais de Minas Gerais (Recivil) representa os registradores civis do estado. Esses profissionais são responsáveis pelos registros de nascimento, casamento e óbito, que são os principais atos da vida civil.