Na manhã desta sexta-feira, 13, o governador Romeu Zema defendeu a venda das estatais mineiras, durante um café-da-manhã com jornalistas, em Belo Horizonte. Segundo ele, a concessão seria importante para evitar as “barbaridades do passado” na gestão da companhia mineira.
De acordo com Zema, a Cemig triplicou o valor desde que assumiu o governo, em 2019. Porém, na prática o que se vê é o crescimento sólido do número de reclamações contra a empresa pela má-prestação de serviços, conforme mostrado pelo Regionalzão.
Para Zema, a solução é ‘repassar’o comando da empresa para o setor privado. “O que nós queremos é vender a empresa? Não precisa vendê-la. Se o Estado parar de mandar eu já fico muito satisfeito, porque as barbaridades do passado pararão de serem cometidas. O Estado continua a ser acionista, terá seus 17%, mas deixa de ter o poder de controlar”, afirmou o governador.
No entanto, o mercado mostra que essa medida, por si, não soluciona o problema. Prova disso é a Eletropaulo, de São Paulo, que foi privatizada nos anos 90, e hoje é controlada pelo Enel, uma empresa campeã de reclamações e polêmicas no fornecimento de energia no estado paulista.
Outro ponto importante é que o mercado reconhece o tamanho da estatal mineira, com enorme potencial para ‘gerar dinheiro’. Somente no terceiro semestre deste ano, a Cemig registrou lucro líquido de R$ 3,28 bilhões, o que deixou os investidores muito entusiasmados com a possibilidade de privatização.
Hoje, Minas Gerais detém o controle da estatal, com 50,97% das ações ordinárias e nenhuma preferencial. No total, 17,04% da companhia pertence ao estado. Mas se gera tanto lucro, por que Zema quer vender?
Cemig e a milionária dor de cabeça
O governador mineiro é empresário, com visão liberal e prega a mínima intervenção do estado na economia. Naturalmente, acredita que a empresa renderá mais caso seja administrada pela inciativa privada.
De cara, Zema se livraria de um problema, que é a incompetência da Cemig, alvo de milhões de reclamações. Por outro, abre mão também de uma enorme receita para o estado. Mas, nas contas do governador, o que realmente importa é o “otimismo do mercado”, mesmo que custe uma das maiores empresas do país.