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Pesquisadores de Uberaba encontram peixe fóssil de 80 milhões de anos em Campina Verde

Redação Pontal

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Pesquisadores do Centro de Pesquisas Paleontológicas “Llewellyn I. Price”, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), descobriram uma nova espécie de peixe fóssil no interior de Minas Gerais.

Pesquisadores encontraram o fóssil, batizado de Britosteus amarildoi, na Formação Adamantina, parte do Grupo Bauru, em rochas do período Cretáceo com cerca de 80 milhões de anos.

Características do Britosteus amarildoi

A descoberta ocorreu no sítio paleontológico Fazenda Três Antas, localizado em Campina Verde (MG).

De acordo com os pesquisadores, o Britosteus amarildoi era um peixe de pequeno porte, medindo menos de 50 centímetros de comprimento. Suas principais características incluem:

  • Focinho curto e arredondado;
  • Mandíbula com pequenos dentes cônicos, perfeitos para capturar pequenas presas.

Essas peculiaridades fazem da nova espécie uma peça-chave para entender a biodiversidade aquática do final da Era Mesozoica, quando os dinossauros ainda dominavam o planeta.

Mandíbula do novo peixe fóssil de Campina Verde, Britosteus amarildoi, em vista lateral esquerda (acima) e em vista ventral (abaixo) Foto: Agustín Martinelli

Importância da descoberta

O estudo, publicado no periódico Journal of South American Earth Sciences, reforça a diversidade dos Lepisosteiformes, grupo ao qual a nova espécie pertence.

Hoje, essa linhagem ocorre apenas na América do Norte, América Central e Caribe, com os cientistas reconhecendo sete espécies vivas.

No entanto, registros fósseis mostram que, no passado, os Lepisosteiformes eram mais diversos e amplamente distribuídos.

Reconstrução em vida de Britosteus amarildoi. Ilustração: Pedro Henrique Fonseca.

Homenagens no nome científico

Os pesquisadores escolheram o nome Britosteus amarildoi em homenagem a dois colaboradores importantes.

  • Amarildo Martins Queiroz, ex-proprietário da Fazenda Três Antas, que auxiliou na descoberta dos primeiros fósseis no local;
  • Paulo Brito, paleontólogo brasileiro reconhecido por suas pesquisas sobre peixes fósseis de Gondwana.

Fazenda Três Antas

Desde 2011, a Fazenda Três Antas tem sido palco de importantes descobertas científicas. Entre elas estão fósseis de crocodilos pré-históricos, como Campinasuchus dinizi e Caipirasuchus mineirus. Agora, o Britosteus amarildoi se junta a esse acervo de fósseis de relevância global.

Colaboração científica internacional

A pesquisa foi conduzida por uma equipe interdisciplinar composta por cientistas brasileiros e argentinos. Entre as instituições envolvidas estão:

  • Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM);
  • Museu Argentino de Ciências Naturais “Bernardino Rivadavia”;
  • Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Os pesquisadores destacam que a identificação de uma nova espécie não apenas expande o conhecimento científico, mas também ressalta a importância de colaborações internacionais na paleontologia.

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