O governo federal arrecadou R$ 2,65 trilhões em impostos e contribuições em 2024, segundo dados divulgados nesta terça-feira (28) pela Receita Federal.
O montante é o maior da série histórica, iniciada em 1994.
O resultado representa um crescimento nominal de 14,4% em relação a 2023, quando a arrecadação somou R$ 2,32 trilhões. Em termos reais, considerando a inflação do período, a alta foi de 9,62%.
O recorde foi impulsionado pelo desempenho macroeconômico positivo, pelo retorno da tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis e pelo aumento de tributos no comércio exterior, reflexo da valorização do dólar frente ao real.
A tributação de super-ricos também contribuiu, com arrecadação de R$ 7,6 bilhões em paraísos fiscais e R$ 13 bilhões de fundos fechados.
O mês de dezembro também bateu recorde, com R$ 261,3 bilhões em receitas, superando o recorde anterior para o período, de R$ 231,2 bilhões em 2023.
Em entrevista coletiva, Robinson Barreirinhas, titular da Receita Federal, afirmou que os números refletem a recuperação econômica.
“Tivemos a reativação de setores inteiros da economia, que voltaram a recolher valores relevantes de tributos.”
O avanço na arrecadação ocorre em meio à necessidade do governo de cumprir as regras do arcabouço fiscal, que exigem que as despesas não ultrapassem as receitas.
Apesar do resultado positivo, a evolução dos gastos públicos ainda preocupa o mercado financeiro e o Banco Central.
A última queda na arrecadação ocorreu em 2020, ano marcado pela pandemia da Covid-19. Na ocasião, o governo arrecadou R$ 1,45 trilhão, valor 3,75% inferior ao do ano anterior.