Leonardo Scandolara Junior, diagnosticado com diabetes tipo 1 aos sete anos, enfrentou uma rotina de controle rigoroso da alimentação, monitoramento da glicose e uso de insulina.
Suas experiências com consultas médicas frequentes influenciaram sua escolha de carreira, levando-o a ingressar na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Recentemente formado, Leonardo se dedicou a projetos acadêmicos e de extensão focados no diabetes, o que o levou a criar, junto ao nutricionista Felipe Muller Rocha, um assistente virtual para diabéticos, a “Tia Bete”, com o objetivo de melhorar o controle da doença.
Assistente Virtual Tia Bete
A “Tia Bete” é uma ferramenta baseada em inteligência artificial, disponível via WhatsApp, que fornece orientações sobre alimentação, doses de insulina e recomendações diárias.
Com mais de 30 mil downloads em todo o Brasil, a plataforma já é um recurso importante no apoio ao tratamento de diabéticos.
O assistente virtual é parte do portfólio da aceleradora de startups Moso, vinculada ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Leonardo, que tem diabetes tipo 1, é responsável pela base de conhecimento da Tia Bete, utilizando dados de estudos clínicos e informações confiáveis de sociedades médicas para garantir que as respostas sejam seguras e cientificamente embasadas.
“A Tia Bete surgiu da minha experiência pessoal com a doença. Queríamos uma maneira simples e confiável para ajudar outros diabéticos a gerenciar seu tratamento de forma eficaz”, explica Leonardo.
Parceria
Felipe Muller Rocha, parceiro de Leonardo, cuida da gestão do projeto, enquanto o médico foca na parte de saúde e desenvolvimento técnico.
“A experiência de Leonardo com o diabetes é um diferencial importante para o sucesso da plataforma. Ele cuida da parte médica, e eu da parte de negócios. Juntos, conseguimos expandir esse projeto com impacto social”, afirma Felipe.
O assistente virtual tem se consolidado como uma ferramenta essencial para diabéticos, promovendo um tratamento mais eficaz e facilitando o acesso à informação.
“Queremos que qualquer pessoa com diabetes tenha acesso imediato às informações de que precisa para melhorar sua qualidade de vida”, destaca Leonardo.
Impacto acadêmica
A professora Mariana Costa, do Departamento de Endocrinologia da UFU, ressalta o empenho de Leonardo em sua trajetória acadêmica e no desenvolvimento da Tia Bete.
“Leonardo sempre demonstrou um grande compromisso com o tema do diabetes, sendo um aluno dedicado e envolvido em pesquisas. Ver seu conhecimento sendo aplicado de forma inovadora, com um impacto social tão positivo, é motivo de orgulho para nossa instituição”, afirma Mariana.
Com pouco mais de sete meses de funcionamento, a Tia Bete tem se mostrado uma solução eficaz para a falta de acesso à informação sobre diabetes.
“O diabetes exige atenção constante, e se nossa tecnologia puder simplificar esse processo para os diabéticos, já teremos atingido um grande objetivo”, conclui Leonardo.