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Audiência na ALMG discute superpopulação de javalis e prejuízos à agropecuária no Triângulo Mineiro

Os animais, que chegam a pesar 300 quilos e percorrem até 300 quilômetros por dia, têm gerado prejuízos econômicos e ambientais em diversas áreas do estado.

Tainá Camila
Em tramitação na ALMG, o Projeto de Lei 1.858/23 propõe o manejo sustentável do javali-europeu em todo o estado. Imagem: Alexandre Netto

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Produtores rurais de regiões como o Triângulo Mineiro voltaram a expressar preocupação com os impactos da proliferação de javalis em propriedades e lavouras durante audiência pública conjunta realizada nesta quinta-feira (10/4), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Os animais, que chegam a pesar 300 quilos e percorrem até 300 quilômetros por dia, têm gerado prejuízos econômicos e ambientais em diversas áreas do estado.

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A reunião foi proposta pelo deputado Leonídio Bouças (PSDB) e ocorreu nas Comissões de Desenvolvimento Econômico, Agropecuária e Meio Ambiente. Um dos principais pontos debatidos foi a necessidade de uma legislação estadual para o controle da espécie, considerada invasora e sem predadores naturais no Brasil.

Em tramitação na ALMG, o Projeto de Lei 1.858/23 propõe o manejo sustentável do javali-europeu em todo o estado. A proposta é de autoria conjunta dos deputados Dr. Maurício (Novo), Raul Belém (Cidadania) e Marli Ribeiro (PL), e aguarda parecer da Comissão de Meio Ambiente.

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Durante a audiência, o pesquisador Paulo Bezerra e Silva Neto, da Escola Superior de Agricultura da USP (Esalq), alertou para o avanço dos javalis em áreas de preservação e destacou a omissão do poder público no enfrentamento da questão. Ele defendeu a participação de caçadores habilitados no controle populacional da espécie, apontando o alto poder destrutivo dos animais e sua rápida capacidade de reprodução.

Presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Sacramento, Osny Zago apresentou registros dos estragos causados pelos javalis nas lavouras e até mesmo em mananciais da região. Segundo ele, 40% dos produtores de Sacramento já abandonaram atividades agrícolas por causa dos prejuízos. Além disso, destacou os riscos sanitários representados pelos animais, que podem transmitir doenças como febre maculosa, raiva e febre aftosa.

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A atuação de órgãos ambientais também foi debatida. Representante do Ibama, Júnio Augusto dos Santos Silva reafirmou que o controle da espécie deve seguir normas da Convenção da Diversidade Biológica e ocorrer sem transformar os javalis em “troféus de caça”. Já representantes de associações de caçadores defenderam a regulamentação da prática como alternativa eficaz e disseram que o produtor rural tem arcado sozinho com os custos do controle.

Autoridades do setor agropecuário, como representantes do Ministério da Agricultura e da Faemg, reforçaram a necessidade de um plano técnico e estadual para contenção dos javalis, de forma a preservar a produção e a segurança no campo.

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O deputado Leonídio Bouças ressaltou que a situação exige uma solução urgente e técnica. “A intenção é pacificar o debate e encontrar um caminho eficaz para o controle dessa espécie que hoje compromete a produção, o meio ambiente e a saúde pública”, afirmou. O deputado Raul Belém também defendeu a criação de uma política de Estado para o enfrentamento do problema, destacando que a caça é apenas uma das ferramentas possíveis no processo.

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