A Justiça mineira concedeu uma medida protetiva urgente contra o deputado federal André Janones (Avante-MG), atendendo a um pedido da prefeita de Ituiutaba, Leandra Guedes Ferreira. A decisão, baseada na Lei Maria da Penha, reconhece indícios de violência doméstica e impõe restrições severas ao parlamentar.
Medida protetiva
Entre os pontos determinados pela Justiça, Janones está proibido de:
- entrar em contato com Leandra ou familiares por qualquer meio,
- se aproximar da vítima, testemunhas ou familiares num raio de 300 metros,
- frequentar os mesmos locais que ela,
- divulgar ou compartilhar fotos, vídeos ou qualquer conteúdo íntimo.
A decisão cita expressamente o risco de novas agressões e o uso da intimidade da vítima como forma de coação. Ou seja: a medida não só protege fisicamente, mas também tenta impedir a exposição pública da prefeita — um ponto que se conecta diretamente com a denúncia anterior, revelada com exclusividade pelo Regionalzão, de que Janones teria ameaçado divulgar imagens íntimas dela.


O cerco se fecha
Nos bastidores, o clima é de rompimento definitivo. O que antes era uma aliança política e pessoal — Leandra foi apadrinhada por Janones em 2020 — agora virou um litígio judicial de alta voltagem. E o impacto disso já começa a se refletir na política local: Leandra tenta a reeleição em Ituiutaba com apoio consolidado de partidos e lideranças; Janones, por outro lado, vê sua base regional encolher.
A decisão da comarca de Monte Alegre de Minas é clara: a proteção da vítima se sobrepõe a qualquer outro interesse. O juiz ainda autorizou apoio policial para garantir o cumprimento das medidas, sob pena de prisão em flagrante caso Janones desobedeça.
A pergunta que fica: com essa medida deferida e a crise escancarada, como Janones vai se sustentar politicamente no Triângulo Mineiro?
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Essa análise integra a Coluna Poder, assinada por Adelino Júnior, que acompanha os bastidores da política regional com olhar atento e crítico.