Em uma decisão histórica, o Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) condenou sete envolvidos em um esquema de manipulação de resultados na Série D do Campeonato Brasileiro de 2024, afetando diretamente o Clube Atlético Patrocinense (CAP), de Patrocínio, Minas Gerais. Entre os punidos estão membros da comissão técnica, jogadores e investidores ligados ao clube na época. 
As investigações, conduzidas pela Polícia Federal, tiveram início após suspeitas de irregularidades na partida entre Patrocinense e Inter de Limeira, realizada em junho de 2024. O jogo, vencido pela equipe paulista por 3 a 0, levantou suspeitas devido aos três gols marcados ainda no primeiro tempo, resultado que teria sido orquestrado para favorecer apostadores. 
Entre os condenados está o técnico Estevam Soares, conhecido por suas passagens por clubes como Palmeiras e Botafogo. De acordo com as investigações, Estevam tinha conhecimento do esquema, mas não o denunciou às autoridades competentes, resultando em uma multa de R$ 20 mil. 
Além dele, o zagueiro Richard Bala e o goleiro Felipe Gama, que participaram diretamente da partida, foram suspensos do futebol por 720 e 549 dias, respectivamente, e multados em R$ 25 mil e R$ 20 mil. O lateral Dener recebeu uma multa de R$ 2,5 mil por não ter denunciado o esquema. O auxiliar técnico Dodô foi multado em R$ 10 mil pela mesma razão. 
As penas mais severas foram aplicadas ao dirigente Anderson Ibrahim Rocha e ao investidor Marcos Vinícius da Conceição, identificados como os principais articuladores do esquema. Ambos foram banidos do esporte e multados em R$ 50 mil e R$ 25 mil, respectivamente. 
Com o encerramento das investigações, o Patrocinense busca reestruturar-se para disputar o Módulo 2 do Campeonato Mineiro. O clube convocou seus associados para eleger uma nova diretoria, após a renúncia da gestão anterior liderada por Roberto Avatar.