A direção da Jovem Pan determinou que seus jornalistas não usem mais vocabulário ultrajante contra Lula. Documento interno indica a proibição de termos como “ex-presidiário, descondenado, ladrão, corrupto e chefe de organização criminosa”. Orienta ainda que se evite críticas à Justiça e a seus ministros, por recomendação do departamento jurídico da emissora.
Segundo o comunicado, o descumprimento pode gerar direito de resposta, multa de R$ 25 mil e remoção de conteúdo das plataformas. Parte relevante do faturamento da Jovem Pan procede da monetização dos vídeos de seus programas no YouTube.
O Tribunal Superior Eleitoral determinou que alguns fatos não sejam tratados pela Jovem Pan e seus profissionais, seja de modo informativo ou crítico. Não há outra forma de encarar a questão: a Jovem Pan diz que está, desde a segunda-feira, 17, sob censura instituída pelo Tribunal Superior Eleitoral. Não podemos, em nossa programação — no rádio, na TV e nas plataformas digitais —, falar sobre os fatos envolvendo a condenação do candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva. Não importa o contexto, a determinação do Tribunal é para que esses assuntos não sejam tratados na programação jornalística da emissora. Censura.
A Jovem Pan afirmou que é preciso lembrar que a atuação do TSE afeta não só a Jovem Pan e seus profissionais, mas todos os veículos de imprensa, em qualquer meio, que estão intimidados. Justo agora, no momento em que a imprensa livre é mais necessária do que nunca. Enquanto as ameaças às liberdades de expressão e de imprensa estão se concretizando como forma de tolher as nossas liberdades como cidadãos deste país, reforçamos e enfatizamos nosso compromisso inalienável com o Brasil. Acreditamos no Judiciário e nos demais Poderes da República e nos termos da Constituição Federal de 1988, a constituição cidadã, defendemos os princípios democráticos da liberdade de expressão e de imprensa e fazemos o mais veemente repúdio à censura.