A justiça de Uberaba soltou o empresário e ex-presidente da Companhia Habitacional do Vale do Rio Grande (Cohagra), Gledston Moreli. Preso em flagrante por receptação de peças de veículos, ele pagou fiança de cerca de 30 salários mínimos, R$ 45 mil.
No domingo, 30 de março, Moreli passou por audiência de custódia, e o juiz deferiu seu pedido de liberdade provisória. Ainda na noite de segunda, o Conselho Administrativo o destituiu do cargo de presidente da Cohagra em assembleia extraordinária. A entidade, uma sociedade de economia mista, tem a Prefeitura de Uberaba como maior acionista. Para substituí-lo, foram escolhidas Érika Martins como presidente e Regiane Isidoro como vice.
A advogada do ex-presidente da Cohagra afirmou que, por ora, não irá se manifestar sobre o caso.
Prisão do ex-presidente
A prisão ocorreu no sábado, 29, em sua própria empresa, localizada no bairro Bom Retiro. De acordo com a Polícia Militar, os agentes apreenderam 152 peças automotivas sem procedência, incluindo tampas de porta-malas, portas, capôs, um para-choque e paralamas. O material foi encaminhado para um pátio conveniado do Detran.
Nota da PCMG
Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que acionou a perícia ao local do flagrante, no bairro Parque Bom Retiro, para analisar o material. “Na ocasião, a polícia conduziu e ouviu o suspeito, de 50 anos, e a autoridade policial ratificou a prisão em flagrante pelo crime de receptação qualificada. Após os procedimentos, ele seguiu para o sistema prisional, onde permaneceu à disposição da Justiça. A investigação segue em andamento para a completa elucidação do caso”, informou o órgão.
Antes da abordagem, policiais militares receberam uma denúncia de que um caminhão com peças furtadas estava sendo descarregado na empresa de Moreli. Durante a ação, o ex-presidente da Cohagra declarou que havia comprado as peças por R$ 6 mil na cidade de Orlândia (SP) e que ainda não tinha impresso a nota fiscal dos produtos. No entanto, uma funcionária da empresa negou que houvesse documentação fiscal referente à mercadoria.
Ainda segundo a PM, posteriormente, Moreli afirmou que as peças teriam vindo de Ribeirão Preto (SP) e que eram descartes automotivos, sem etiquetas ou numeração de identificação. Ele disse ainda que comprava esse tipo de material para reforma e revenda.