- ANÚNCIO -

Deputados cobram explicação da Cemig sobre venda de usinas sem aval da ALMG

Redação Geral
Foto: ALMG

- CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE -

Os deputados estaduais de Minas Gerais questionaram a Cemig, em audiência pública nesta quarta-feira (2), sobre a venda de hidrelétricas e outros ativos da companhia sem aval da Assembleia Legislativa. O vice-presidente de Geração e Transmissão da empresa, Marco Soligo, defendeu a alienação, alegando que os ativos eram antigos e ineficientes.

“Esses ativos representavam apenas 1,2% do total de megawatts da companhia na área de geração, com baixa efetividade. Houve mudanças no uso dos rios, as máquinas estavam no fim da vida útil, havia escassez de água e assoreamento. Em números, os 19 ativos alienados resultavam em um prejuízo de R$ 97 milhões à Cemig. Com a venda, arrecadamos R$ 152 milhões”, afirmou Soligo.

Deputados questionam vendas

Os parlamentares também cobraram explicações sobre a aquisição dos ativos por empresas do grupo J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista. Soligo garantiu que a Cemig não sabia previamente quem venceria o leilão e que o processo seguiu os trâmites legais.

“No primeiro leilão, 36 empresas acessaram a proposta e dez apresentaram ofertas. A vencedora foi a Mangue Agropecuária e Participações, cujo controlador nós desconhecíamos. No segundo, realizado na B3, em São Paulo, três empresas disputaram com mais de 200 lances, e a vencedora foi a Âmbar Energia, do grupo J&F. Tudo foi feito de forma transparente e por meio de concorrência”, argumentou.

Em fevereiro, a Cemig formalizou a venda de três usinas e uma pequena central hidrelétrica para a Âmbar Hidroenergia, do grupo J&F, por R$ 52 milhões. As unidades estão localizadas em Uberlândia, Águas Vermelhas, Juiz de Fora e Manhuaçu. O negócio ainda precisa ser aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Em 2023, a empresa já havia vendido outras 15 usinas ao mesmo grupo.

Venda e o Propag

Deputados de oposição argumentam que o governo está “desidratando” a Cemig antes de incluí-la no Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que negocia passivos estaduais com a União. O deputado Professor Cleiton (PV), um dos autores do requerimento da audiência, criticou a estratégia da empresa.

Cleiton disse que alegam o uso dos recursos para a ampliação da infraestrutura, mas o efeito é o oposto: a companhia perde valor e capacidade de investimento.

Os parlamentares estudam ações no Tribunal de Contas do Estado e na Justiça para contestar a alienação dos ativos.

Receba as notícias direto no WhatsApp. Entrar
Compartilhe este artigo
Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sair da versão mobile