O protesto das forças de segurança pública surpreendeu o governador Zema nesta segunda, 17. Ele renovava sua carteira de motorista no Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp), localizado no bairro de Lourdes, em Belo Horizonte. A manifestação contou com a presença de líderes das entidades de classe das polícias Civil e Penal, que cobraram uma série de reivindicações ao governo.
Principais demandas dos servidores de segurança pública a Zema
Entre as principais demandas dos servidores, destaca-se a recomposição salarial de 44%, referente às perdas inflacionárias acumuladas nos últimos anos. Além disso, as entidades de classe exigem uma audiência com o governador Romeu Zema para discutir não apenas o aumento salarial, mas também questões estruturais e de condições de trabalho que afetam a segurança pública.
Estrutura e condições de trabalho em debate
Wemerson Oliveira, presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Minas Gerais, comentou sobre a luta constante da categoria por melhorias. “Estamos cobrando soluções para problemas que não são apenas financeiros, mas também estruturais, que comprometem a segurança pública e a qualidade do trabalho dos servidores”, afirmou Oliveira durante o protesto.
Audiência na ALMG
Hoje, 18, está agendada uma audiência na Comissão de Segurança Pública da ALMG, com a participação de representantes do governo e das entidades sindicais. O principal tema será a reposição das perdas inflacionárias dos servidores de segurança. O convite foi feito aos secretários de Estado da Fazenda, Luiz Cláudio Gomes, de Governo, Marcelo Aro, e de Planejamento e Gestão, Sílvia Litsgarten.
Auxílio-Alimentação de Zema
Um dos pontos mais críticos abordados pelos manifestantes foi o anúncio do auxílio-alimentação de R$ 50 por dia. Se cumprirem determinadas metas, o valor poderá aumentar para R$ 75. Segundo os servidores, esse benefício é exclusivo para policiais da ativa, excluindo servidores com jornada reduzida, como mães de filhos com problemas de saúde, ou aqueles afastados por licença médica, incluindo casos de acidente de trabalho. “Trabalhador doente também come”, criticou Oliveira, destacando a exclusão de servidores em situações específicas.
Ausência de diálogo
Apesar de o governo ter participado de eventos, como a posse da nova diretoria do Sindicato das Empresas Locadoras de Automóveis de Minas Gerais (Sindloc-MG), não houve resposta a vários pedidos de reunião das entidades para discutir os problemas da categoria. Desde o ano passado, os sindicalistas tentam agendar uma audiência com o governador Romeu Zema e o vice-governador Mateus Simões (Novo), mas ainda não obtiveram retorno. “O governo tem se mostrado ausente no diálogo com as entidades. Wladimir Dantas, vice-presidente do Sindicato dos Policiais Penais de Minas Gerais, afirmou: “Queremos ser ouvidos”.