Ainda invicto no MMA, com nove vitórias em nove lutas, o peso-médio americano Chris Weidman era apontado como um dos favoritos a ser o próximo desafiante de Anderson Silvapelo cinturão da categoria no UFC. Mas a lesão e a cirurgia a que foi submetido, e também a negativa do Spider e dos seus empresários em aceitar o duelo, por não acharem que Weidman tem experiência e história no MMA para lutar contra o brasileiro, adiaram os seus planos. Em entrevista ao site “Sherdog”, Chris Weidman garante que não leva o que foi dito para o lado pessoal, e diz entender a razão pela qual tudo foi falado.
– É meio desagradável ler o que os empresários de Anderson Silva dizem sobre eu não ser uma luta que faça sentido, mas isso é um negócio, e eu entendo o que eles estão fazendo. Não levo para o lado pessoal, mas também treino ainda mais e fortaleço o meu objetivo de ser campeão. Eu posso vencer Anderson Silva, e sei que fiz por merecer essa luta. Entendo o que eles dizem, porque sei que sou uma luta terrível para Anderson Silva. Se eu colocar minhas mãos nele, a luta acaba. Vou nocauteá-lo. Eu realmente acredito no que estou dizendo, não sou um novo Chael Sonnen. Acredito que posso finalizar essa luta.
Weidman garante que traçaria uma estratégia diferente da adotada por Sonnen. Segundo ele, entrar relaxado contra Anderson Silva é a melhor maneira de enfrentá-lo.
– Eu não faria como Chael Sonnen, que fez um bom trabalho nas duas lutas que fez contra Anderson Silva. Ele o levou para baixo nas duas vezes em que se enfrentaram. Mas acho que ele gastou muita energia por estar nervoso. Eu ficaria mais relaxado, pelo menos 80% da luta. Anderson Silva é um lutador que não coloca a emoção no octógono, e eu estaria tão relaxado quanto ele. Acho que tenho as armas para vencê-lo. Sou bem mais novo, e se não sou maior que ele, sou pelo menos do mesmo tamanho. Tenho uma envergadura maior, sou melhor que ele no wrestling e no jiu-jítsu. A trocação dele é inacreditavelmente boa, mas eu acho que consigo ler a luta e ter o tempo de reação necessário para não ser atingido por ele tantas vezes.
A obstinação pela competição e o amor pela luta fez com que o americano deixasse de lado o sonho de representar os EUA nas Olimpíadas e migrasse para o MMA. Para ele, quanto maior o objetivo, maior a glória.
– Eu tentei ir para as Olimpíadas de 2008, mas não consegui vaga na equipe americana de luta greco-romana. Naquele momento eu senti que estava na melhor forma da minha vida, pecebia que estava melhorando a cada dia, e que ficava mais forte, rápido e ágil conforme o tempo passava. Decidi ali que não queria enterrar minha carreira de atleta. Minhas opções eram continuar treinando para tentar uma vaga nas Olimpíadas de 2012, ou migrar para o MMA. Eu cresci lutando, tive um irmão mais velho bem duro, e sempre amei lutar. Mais do que isso, eu sempre amei competir. Gosto de competir em tudo, o que é um problema algumas vezes. Minha esposa me disse que, se eu conseguisse ganhar um pouco mais do que eu estava ganhando como treinador de universidade, que era cerca de US$ 50 mil por ano, o MMA poderia ser uma boa opção. Quatro meses depois eu já estava treinando para ingressar no MMA.
O sonho de ser campeão do UFC, segundo Weidman, sempre esteve presente em sua carreira, desde o início, quando, segundo ele, mesmo sem saber dar um soco corretamente, imaginava-se vencendo Anderson Silva, o que despertou desconfiança até mesmo de seus amigos.
– Meu objetivo sempre foi ser campeão. Sei que sou um lutador grande para a categoria dos médios, porque tenho que perder muito peso para bater os 84kg. Já lutei como meio-pesado, e posso estar na categoria se eu quiser, mas entre os médios eu me sinto bem. A única razão para eu estar no MMA é ser o melhor. Desde o wrestling universitário eu sempre quis ser o melhor, e continuo com a mesma motivação, porque ainda não atingi meus objetivos. A partir do momento que Anderson Silva é o campeão dos médios, meu objetivo automaticamente passa a ser vencê-lo, porque eu quero ser o melhor, e o melhor tem que vencer os melhores. Desde o primeiro dia de treinos, quando eu sequer sabia dar um soco, tinha na minha cabeça que eu queria vencê-lo. Se não for assim, eu não tenho por que estar aqui. Os meus amigos perguntavam em que categoria eu ia lutar, e eu dizia que era nos médios. Eles olhavam para mim e diziam, com um olhar de desconfiança: “Essa não é a categoria de Anderson Silva?”. Ele é o meu objetivo. Não quero esperar que ele se aposente ou faça superlutas. Quero lutar com ele pelo título.
A certeza que tem de que irá conquistar o cinturão do UFC, segundo Weidman, vem da dedicação aos treinos, à alimentação e à espiritualidade. Para o americano, ter o cinturão fará com que tudo por que passou tenha valido a pena, e provará que ele estava certo ao se dedicar tanto.
– É claro que eu fico nervoso antes de subir ao octógono, mas na minha cabeça eu sei que nada do que eu passar ali será diferente do que todos os treinos que fiz para estar ali. O que você faz nos treinos é o que você vai fazer na luta. Tudo que acontece no octógono acontece nos treinos. Não acho que haja nada de diferente lá dentro. O trabalho duro te traz a confiança. Você pode se enganar achando que alguma outra coisa vai te deixar mais confiante, mas a verdade é que o que você faz nos treinos te preparar de verdade para a luta. E colocar aquele cinturão na minha cintura será a prova de que eu estou certo quando digo o que digo e faço o que faço.
Fonte: Globo Esporte
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