Sustentável e rentável, a apicultura – criação de abelhas para extração de mel, cera, própolis e outros produtos – tem se tornado uma alternativa para pequenos e médios produtores rurais no estado, uma vez que demanda baixo investimento.
Hoje, o Brasil produz uma média de 37 mil toneladas de mel por ano, sendo que mais da metade deste volume é exportado, rendendo ao país cerca de US$ 80 milhões. Deste total, Minas Gerais produz cerca de cinco mil toneladas, sendo o quarto maior estado produtor, segundo dados de 2015 do IBGE.
O clima e a vegetação do estado, com abundância de florestas, facilitam a produção do mel, que está centralizada nos territórios Central, Sul e Norte de Minas Gerais, sendo o último o maior produtor. Para otimizar e ampliar a atividade, o Governo de Minas Gerais, por meio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), oferece assistência técnica aos produtores – estima-se que sejam atendidos cerca de seis mil apicultores em todo o estado – e capacitações por meio de cursos e seminários.
“Minas Gerais tem uma tecnologia muito desenvolvida para a produção de mel e vem se destacando com um produto da melhor qualidade, considerado praticamente orgânico”, explica o gerente do Departamento Técnico da Emater-MG, Dirceu Alves. “A cadeia produtiva da apicultura propicia a geração de empregos e movimentação da economia, principalmente para a agricultura familiar. É uma atividade que, feita com o correto manejo e cuidado, só causa impactos positivos”, completa.
Atualmente, os principais municípios produtores no estado são Itamarandiba, Bocaiúva e Santa Bárbara. “A disseminação da atividade e a parceria com a Codevasf foram responsáveis por dar novo impulso ao desenvolvimento da apicultura no Norte de Minas”, ressalta Alves.
A Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), autarquia vinculada ao Ministério da Integração Nacional, investe no desenvolvimento da atividade apícola em Minas Gerais como parte da Rota do Mel.
Lançada em 2011, a Rota do Mel é uma estratégia formulada pelo ministério para promover o desenvolvimento da apicultura no Brasil. As ações desenvolvidas contemplam a capacitação de produtores, distribuição de insumos (colmeias, melgueiras, suporte, cera, equipamentos de proteção individual, carretilha manual, formão, fumigador, entre outros) e a construção de unidades de extração e beneficiamento de mel de abelha. Aproximadamente 9,6 mil famílias já foram beneficiadas.
O técnico em agropecuária Joaquim Custódio Generoso, de Itamarandiba, trabalha há 35 anos com apicultura. “Na época, a empresa em que trabalhava deu um curso sobre a atividade, eu achei interessante e comecei a mexer com abelha. Naquele tempo tudo era muito difícil, porque não era uma atividade difundida em Minas. Nem as roupas protetoras encontrávamos”, conta.
Joaquim, que começou com dez colmeias, hoje tem 700, e conta com a ajuda de dois funcionários para cuidar da produção. “Retiro uma média de 50 toneladas de mel por ano. Já vivo só da apicultura desde 1994, estudei meus filhos com o mel. É uma atividade que dá uma renda bacana, e não falta mercado”, relata. O mel produzido por ele é todo exportado.
Segundo o gerente do Departamento Técnico da Emater-MG, Dirceu Alves, a maior parte do que é produzido aqui é exportado. Prova disso é que as exportações de mel no estado cresceram quase 20% de janeiro a agosto de 2016 em relação ao mesmo período de 2015, chegando a US$ 4,5 milhões no período citado, contra US$ 3,8 milhões no ano anterior. Neste período, o município de Timóteo, no Território Vale do Aço, foi a que mais exportou (dados da Fundação João Pinheiro).
(Via Agência Minas)
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