As empresas fabricantes de celulares têm notado uma maior procura por celulares intermediários. Contudo, o motivo não é bom: o aumento dos casos de roubos e furtos de celulares. Muitas vezes, os bandidos não têm interesse no aparelho, mas somente no acesso aos aplicativos de banco. Limpam as contas com transferências Pix e fazem até empréstimos, em questão de minutos, e logo descartam o aparelho. Mas, para isso, há pessoas com amplo conhecimento nos sistemas de segurança dos aparelhos envolvidas, que conseguem destravar e liberar o acesso para os criminosos.
Os locais de maior incidência desta modalidade de crime tem sido grandes festas e eventos, como shows e partidas de futebol, com a atuação de quadrilhas especializadas. Devido a isso, uma onda de consumidores tem procurado o chamado “celular do Pix”. Aparelhos mais baratos, com configurações mais simples e que ficarão, em sua maior parte do tempo, trancados na gaveta de casa.
“Pudemos acompanhar esse movimento de procura por um segundo smartphone desde o fim do ano passado”, disse Luciano Barbosa, gerente da gigante chinesa Xiaomi no Brasil. No entanto, ele rechaça que este não é um mercado que a empresa mira: “Não queremos gerar fluxo de venda de smartphones para ser apenas o celular do Pix”.
Empresas do segmento, como a própria Xiaomi e Samsung, já têm interfaces ocultas, onde os aplicativos podem ser salvos e que só permite o acesso com senha (que não precisa ser a mesma do aparelho) ou biometria.
Contudo, se esta modalidade de crime continuar a crescer no ritmo atual, é provável que o truque do “celular do Pix”ainda continue em alta por um bom tempo.