O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu uma determinação do ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU), para que não utilize ou venda as joias que recebeu do governo da Arábia Saudita. A decisão tomada foi publicada na noite desta quinta-feira (9), após o subprocurador-geral do órgão, Lucas Furtado, pedir para que o ex-presidente preservasse o acervo de joias recebido até uma deliberação posterior da corte de contas.
Nardes ainda determinou que Bolsonaro preserve as joias, se abstendo de dispor ou alienar qualquer peça do acervo. A determinação surge após Bolsonaro ter admitido ter incorporado a um acervo pessoal uma caixa contendo um par de abotoaduras, uma caneta, um anel, um relógio de pulso e uma espécie de rosário. Além disso, outras joias, como um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes, foram recebidas a título de presente e seguem em posse da Receita Federal.
O TCU investiga Bolsonaro por tentativa de receber ilegalmente joias com valor total estimado em cerca de 3 milhões de euros, equivalente a cerca de R$ 16 milhões. Nardes, que é relator do processo, determinou ainda investigações para verificar se a Polícia Federal e a Receita Federal atuaram de forma adequada na apuração dos fatos relatados e se esses órgãos sofreram pressão interna pela alta cúpula do governo anterior.