Dos 853 municípios mineiros, apenas 24 oferecem o transporte público gratuito. É o que revela um levantamento feito pelo Jornal Estado de Minas, que demonstra um crescimento deste modelo ano a ano.
A primeira cidade mineira a adotar a gratuidade do transporte público foi Monte Carmelo, no Triângulo Mineiro, em 1994. Em 2023, a cidade de Ituiutaba, também no Triângulo, adotou o sistema, que começou a operar no segundo semestre.
Confira todas as cidades mineiras que oferecem gratuidade no transporte público:
Monte Carmelo;
Abaeté;
Muzambinho;
Jeceaba;
Mário Campos;
Itatiaiuçu;
São José da Barra;
Campo Belo;
Arcerburgo;
Lagoa da Prata;
Caeté;
São Joaquim de Bicas;
Cláudio;
Santana do Deserto;
Mariana;
Pirapora;
São Lourenço;
Arcos;
Ouro Preto;
Ibirité;
Ituiutaba;
Leopoldina;
Belo Vale;
Sarzedo.
A média populacional das cidades mineiras que integram a lista é de 40.255 habitantes. Ibirité, com 170.837 habitantes e Ituiutaba, com 102.217, são as cidades mineiras com as maiores populações a oferecerem o benefício.
Economista defende o modelo
O economista André Veloso, integrante do Movimento Tarifa Zero, defende que a adesão dos municípios aumenta à medida que o sistema de financiamento baseado na cobrança de passagens não se sustenta. Segundo ele, a queda no número de passageiros deixou o transporte público inviável em diversas cidades.
“A lógica de financiamento do transporte pela tarifa já não funcionava desde a década de 1990. Se você olhar a demanda do sistema a nível nacional, o pico é 1995 e ela vai caindo. Essa demanda caiu um quatroaté 2005 e depois perdeu mais um quarto até 2013. Já era um colapso numa velocidade que aumentava e, com a pandemia, acelerou bastante. Caeté, por exemplo, diante do colapso do sistema, deixaria de ter ônibus na cidade. A resposta foi deixar o transporte gratuito, pagar de maneira indireta e manter o sistema, fomentando a demanda de passageiros”, comenta.
Veloso defende que o sistema de transporte gratuito aumenta o número de passageiros, o que gera mais fluxo de pessoas, maior arrecadação a partir do crescimento do público no comércio e atividades de lazer, por exemplo.
*Com informações de Jornal Estado de Minas