No último sábado, dia 24 de fevereiro, uma gestante de nove meses chegou ao Hospital São José, em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, com fortes dores e sangramento. Segundo a vítima, os atendentes exigiram muita documentação para ser atendida, apesar de ela ter feito todo o pré-natal no mesmo hospital.
Além disso, conforme relatos da família da gestante, o médico especialista que estava de plantão não se encontrava no hospital e se recusou a atendê-la. Enquanto isso, o sangramento aumentava. A mulher teve que ir para o outro hospital, onde foi atendida, mas constatou-se o óbito da criança, e o parto foi realizado.
A Polícia Civil já instaurou um inquérito policial para apurar se houve omissão médica responsável pelo aborto.
Segundo o delegado da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Vida, Rafael Faria, apesar do crime ser geralmente praticado por ação, a pessoa que tem o dever legal de agir, quando se omite, responde pelo resultado. Por isso, ele resolveu instaurar o inquérito para apurar a responsabilidade de uma possível omissão médica que tenha colaborado para a consumação do aborto.
A vítima e algumas testemunhas já foram ouvidas. O delegado também requisitou aos hospitais os relatórios e prontuários médicos, além das gravações dos circuitos internos de videomonitoramento.
O delegado também solicitou uma perícia que será realizada em Belo Horizonte, no Instituto Médico Legal da Polícia Civil, para apurar erro profissional ou omissão médica.
O Hospital São José é uma instituição mantida pela Sociedade São Vicente de Paula (SSVP) e sua gestão é própria, sem vínculos com o poder público.
O Regionalzão entrou em contato com a direção do Hospital São José e solicitou posicionamento oficial sobre o caso.