Um projeto de lei, do ex-deputado Jerônimo Goergen, tem tirado o sono dos motoristas mais preocupados. De acordo com o texto, o percentual de etanol misturado à gasolina passará de 22 para 27%, podendo chegar a 35%. Atualmente, o percentual pode chegar até a 27,5%. O texto ainda precisa de aprovação do Senado, mas já tem gerado debates.
A grande preocupação dos motoristas é se, caso aprovada, a nova mistura afetará o funcionamento dos motores movidos somente a gasolina? Qual o real impacto no desempenho do veículo? A vida útil será prejudicada? Para entender a questão, é preciso analisar alguns fatores.
Atualmente, a maioria da frota de carros novos disponíveis no Brasil já está equipada com a tecnologia Flex, que aceita gasolina e etanol. Cerca de 85% dos carros de passeio que rodam pelo Brasil são Flex e não sofrerão com a mudança, visto que eles podem funcionar com qualquer proporção dessa mistura.
Os outros 15%, que são movidos somente a gasolina, vai depender da tecnologia embarcada no automóvel. Os carros mais novos não deverão sofrer com a possível mudança, visto que são preparados para rodar com misturas de até 40% de etanol. Vale lembrar que nenhuma gasolina é 100% pura.
Já os carros mais antigos poderão “estranhar”a nova mistura. Alguns modelos podem apresentar desgaste acentuado na bomba e no filtro de combustível. Os veículos com o famoso carburador também está suscetível a problemas. A mistura entre ar e combustível ficará mais “pobre”, o que pode ocasionar falhas no funcionamento.
A notícia boa é que, mesmo neste veículos mais antigos, a nova mistura – caso aprovada- não deverá causar corrosão nos componentes da linha de combustível. Isso porque o etanol adicionado à gasolina será do tipo anidro (puro) e não hidratado (com água).