O famoso “Sextou”, expressão que ganhou a Internet em forma de comemorar a chegada da sexta-feira, pode ficar ainda mais forte. Há um movimento mundial, iniciado na Nova Zelândia, que estabelece um modelo de trabalho de segunda a quinta-feira, com folgas na sexta, sábado e domingo.
A ideia ganhou notoriedade durante a pandemia, se espalhou pela Europa e chegou ao Brasil no fim do ano passado. O “4 Day Week Brasil”, nome do programa no Brasil, é conduzido pela ONG britânica 4 Day Week Global e pela brasileira Reconnect Happiness at Work. A conceituada Fundação Getúlio Vargas – FGV é a responsável por avaliar de forma qualitativa os resultados no país, que tem 21 empresas participantes do projeto piloto.
Gigante da mineração testa modelo em Minas Gerais
Algumas empresas também estão testando o modelo, mesmo fora do projeto. É o caso da gigante AngloGold Ashanti, terceira maior produtora de ouro do mundo. Em outubro de 2023, a empresa começou a planejar a redução na jornada no escritório administrativo em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte. Cerca de 300 funcionários participam do projeto piloto.
Em entrevista à Rádio Itatiaia, o presidente de RH da mineradora, Felipe Fagundes, contou que o modelo já vinha senso analisado desde a pandemia.
“Desde a pandemia, a empresa adotou o sistema híbrido, com dois dias de trabalho presenciais e três remotos. A primeira fase, da redução da jornada, ocorreu entre janeiro e fevereiro, em que nós tiramos as reuniões que aconteciam às sextas-feiras”, explica Fagundes.
Em março e abril, a empresa adotou o trabalho remoto às sextas-feiras para todos os funcionários. Agora, desde o final de abril, a AngloGold Ashanti implementou de fato a redução de jornada para quatro dias, com folgas na sexta, sábado e domingo. É um belo tempo para os funcionários poderem aproveitar com a família e lazer.
Resultado positivo na mineradora
O resultado na jornada de trabalho para 4 dias semanais tem se mostrado positivo para a empresa, em termos de produtividade e entrega. Já para os funcionários, há mais tempo de qualidade com a família e para resolver questões particulares.
O vice-presidente de RH afirma que a produtividade não caiu e o engajamentos dos funcionários cresceu de forma significativa. ‘Tudo que os funcionários entregavam em cinco dias eles continuam fazendo na semana de quatro dias’, compara o executivo. ‘O piloto tem duração de 90 dias, e até julho a gente terá uma resposta se ele deu certo para podermos implementar definitivamente’, aponta.
*Com informações da Rádio Itatiaia / Giulia Gurgel