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Incêndios florestais no Brasil são provocados quase exclusivamente por ação humana, aponta especialista

No Cerrado, 11 milhões de hectares já foram devastados, enquanto o Pantanal perdeu cerca de 12,8% de sua área.

Tainá Camila
Imagem: Incêndio florestal em Uberlândia / Ilustração

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A maior parte dos incêndios florestais que assolam o Brasil tem origem em atividades humanas, segundo a doutora em geociências Renata Libonati, coordenadora do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

“Apenas 1% dos incêndios no Brasil é causado por raios, enquanto os outros 99% são originados por ação humana”, afirmou Libonati em entrevista à Agência Brasil.

Libonati coordena o sistema de monitoramento Alarmes, que utiliza imagens de satélite para detectar focos de incêndio em tempo quase real. Ela destaca que, embora alguns desses incêndios possam não ser intencionais, todos resultam de atividades humanas e, em sua visão, são considerados “criminosos” no contexto da legislação atual.

A situação é especialmente grave em três biomas: Amazônia, Cerrado e Pantanal. Segundo os dados do sistema, em 2024, cerca de 2,5% da Amazônia já foi queimada, o que corresponde a aproximadamente 10 milhões de hectares, o maior registro desde 2012.

No Cerrado, 11 milhões de hectares já foram devastados, enquanto o Pantanal perdeu cerca de 12,8% de sua área.

Para Libonati, as atividades econômicas, especialmente o desmatamento para expansão agropecuária, são as principais causas dos incêndios.

Ela ressalta que o manejo inadequado do fogo intensificou o problema, afetando até ecossistemas que historicamente dependem do fogo, como o Cerrado e o Pantanal.

A pesquisadora defende que a gestão dos incêndios deve priorizar a prevenção, como o manejo controlado da vegetação e a conscientização ambiental, em vez de focar apenas no combate.

Segundo ela, as mudanças climáticas agravam a situação, tornando os incêndios mais difíceis de conter e colocando em risco a vida humana, especialmente em áreas vulneráveis.

Com informações de Agência Brasil

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