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Aumento nos casos de sífilis congênita preocupa gestores de saúde no Triângulo

Redação Pontal

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O aumento nos casos de sífilis congênita preocupa gestores de saúde no Triângulo Mineiro, especialmente em Uberlândia. A infecção, que pode causar aborto espontâneo, parto prematuro, má-formação do feto, surdez, cegueira e até a morte do bebê, reforça a necessidade de prevenção, diagnóstico e tratamento adequado. Durante o Outubro Verde, mês dedicado à conscientização sobre a sífilis, ações de saúde focam em mobilizar as gestantes para realizar os exames e evitar complicações.

Dados da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Uberlândia mostram um aumento expressivo na testagem de sífilis em gestantes e no diagnóstico de sífilis congênita. Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), entre 2021 e 2023, as investigações de sífilis congênita aumentaram 49,51%, enquanto os casos de sífilis em gestantes cresceram 33%. Esse aumento faz parte das ações do Plano de Enfrentamento à Sífilis de Minas Gerais, iniciado em 2019, para garantir testagem no pré-natal e tratamento imediato em casos positivos.

De acordo com Jéssica Cristina da Silva, referência técnica em sífilis da SRS Uberlândia, a expansão na testagem é prioridade. “Oferecemos treinamentos às equipes locais e mantemos testes rápidos disponíveis em todos os 18 municípios da região para assegurar a eficácia do Plano Estadual”, ressaltou.

A sífilis congênita é evitável se diagnosticada e tratada precocemente. A gestante deve ser testada no primeiro e terceiro trimestres, e no momento do parto ou em casos de aborto. Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), a gestante é orientada e acolhida. Caso o exame seja positivo, o tratamento é iniciado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), reduzindo riscos para mãe e bebê.

Jéssica destaca: “O SUS oferece tratamento gratuito para gestantes com sífilis. Realizar o pré-natal com exames e acompanhamento adequados é essencial para a saúde da mãe e do bebê”.

Em Indianópolis, as gestantes recebem atendimento humanizado nas UBSs, com testagem para sífilis e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), como hepatites virais e HIV/Aids. Segundo Silvace Dias de Ávila, coordenador da Vigilância Epidemiológica, as gestantes são acolhidas e orientadas sobre a prevenção e o tratamento da sífilis.

“Quando a sífilis congênita é identificada no recém-nascido, o tratamento começa imediatamente na maternidade, com acompanhamento da UBS”, explicou Silvace.

Em 2023, a SRS Uberlândia registrou 309 casos de sífilis em gestantes. Em 2024, já são 183 notificações. Em relação à sífilis congênita, 154 crianças foram monitoradas em 2023, e 68 estão em acompanhamento neste ano.

A prevenção da sífilis ocorre com o uso de preservativos em todas as relações sexuais. Os sintomas variam conforme o estágio da infecção e, se não tratada, a sífilis pode comprometer o sistema nervoso, cardiovascular e afetar órgãos como olhos e pele.

O diagnóstico é simples e pode ser feito com o teste rápido na UBS. Caso o teste seja reagente, é realizado um exame laboratorial para confirmação. O tratamento, oferecido pelo SUS, utiliza penicilina, única medicação eficaz durante a gestação.

Para prevenir a sífilis congênita, gestante e parceiro devem fazer o exame e o tratamento, quando necessário, evitando reinfecções e garantindo a saúde de ambos.

A sífilis é uma infecção curável, mas não confere imunidade, tornando fundamental a prevenção e o acompanhamento contínuo para proteger a saúde da população do Triângulo Mineiro.

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