Um servidor da Superintendência de Bem-Estar Animal de Uberaba no Triângulo Mineiro foi exonerado nesta semana após a repercussão de uma foto que ele publicou nas redes sociais, na qual aparece posando ao lado de um javali abatido. A decisão foi tomada após uma denúncia feita pela vereadora Denise Max (PRD), que é defensora da causa animal.
A vereadora denunciante disse que, assim que recebeu as imagens das postagens feitas pelo servidor, as encaminhou para a prefeita de Uberaba para que tomasse uma providência. “É inadmissível que um servidor, ainda mais lotado no Meio Ambiente, na Superintendência do Bem-Estar Animal, tenha esse tipo de atitude“, declarou a vereadora.
Em uma das fotos publicadas pelo servidor, ele aparece em primeiro plano com o javali morto pendurado em uma árvore logo atrás dele. A legenda da postagem era “Hoje rendeu“. Outras fotos mostram cães, que seriam de caça, que teriam auxiliado na captura e abate do javali.
Segundo o Ibama, a caça aos javalis é autorizada no Brasil para controle populacional. No entanto, ela só pode ocorrer com a autorização dos órgãos ambientais e com intuito de conter os animais, que são considerados invasores. Autorizações para o uso de armas de fogo durante a caçada também são obrigatórias.
O fato de ele ter sido demitido, mesmo sem cometer qualquer crime ou contravenção, gerou uma grande discussão nas redes sociais sobre o controle (ou caça) do javali. De um lado, há críticas à prática; de outro, produtores rurais, que sofrem com os danos causados pelo crescimento desordenado da população do animal exótico, defendem a necessidade de controle.
O javali é considerado uma espécie invasora na fauna brasileira, sem predadores naturais, o que faz com que sua população cresça rapidamente. Há diversos vídeos na internet que mostram porcos invadindo plantações e predando animais da fauna silvestre, evidenciando os impactos negativos dessa espécie no meio ambiente e na agricultura.