Dois anos após os atos golpistas que ocorreram em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2022, 86% dos brasileiros reprovam as ações, conforme aponta uma pesquisa divulgada pela Quaest.
O levantamento indica que apenas 7% dos entrevistados apoiam os eventos, enquanto outros 7% não souberam ou preferiram não opinar.
Eleitores de Bolsonaro também rejeitam os atos
Um dos dados mais surpreendentes do estudo mostra que 85% dos eleitores de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022 também desaprovam os atos golpistas.
Esses números sugerem que a reprovação às manifestações antidemocráticas ultrapassa divisões políticas e ideológicas, sinalizando um consenso quase unânime entre os brasileiros.
Mudanças nas percepções políticas
Para Felipe Nunes, diretor da Quaest, os resultados da pesquisa refletem transformações importantes no comportamento político dos eleitores.
“Ao longo do tempo, os eleitores moderados de Lula, que enxergam algum exagero nas acusações contra Bolsonaro, tendem a relativizar suas posições. Por outro lado, os eleitores moderados de Bolsonaro, que consideraram graves as acusações contra o ex-presidente, tornam-se mais severos em suas avaliações, para não se sentirem cúmplices de algo que acreditam ser errado”, analisou Nunes.
O pesquisador também destacou a necessidade de um debate apartidário sobre o tema.
“Esse é um problema político nacional. O que está em jogo é a defesa das regras, da Constituição e da própria democracia”, afirmou.
Democracia brasileira ganha força
Os dados da pesquisa sugerem um fortalecimento da consciência democrática no Brasil. A rejeição expressiva aos atos golpistas, mesmo entre os apoiadores do ex-presidente, aponta para um amadurecimento político do eleitorado, que demonstra maior preocupação com a estabilidade institucional e o respeito ao processo democrático.
O estudo também indica um impacto positivo na consolidação da democracia brasileira.
A rejeição quase unânime aos eventos de 8 de janeiro reforça que a maioria da população não apoia ações que ameacem a ordem constitucional e os valores democráticos do país.