Uma equipe formada por estudantes e ex-alunos da UFU foi a 1ª da América do Sul a vencer o prêmio de “Melhor Uso da Tecnologia” no NASA Space Apps Challenge 2024.
Esse é o maior hackathon do mundo. O evento, realizado entre os dias 5 e 6 de outubro, reuniu 93.520 participantes de diversas nacionalidades.
Os vencedores se destacaram com o projeto 42 Quake Heroes, uma solução inovadora para otimizar a detecção de eventos sísmicos em Marte e na Lua.
Impacto global
O NASA Space Apps Challenge é uma maratona tecnológica de 48 horas, promovida anualmente pela agência espacial norte-americana.
Em 2024, os participantes disputaram prêmios globais em categorias como Melhor Conceito de Missão, Impacto Galáctico, Conexão Global e Melhor Uso da Ciência.
O time da UFU escolheu o desafio mais avançado da edição, chamado “Detecção sísmica em todo o sistema solar”.
O desagio exigia soluções para aumentar a eficiência no envio de dados relacionados a tremores em corpos celestes, como Marte e a Lua.
O projeto
O time desenvolveu o 42 Quake Heroes em apenas dois dias e utilizou uma rede neural profunda (Deep Neural Network – DNN) para detectar de forma precisa o início de abalos sísmicos em outros planetas.
Eles adaptaram a tecnologia de uma aplicação médica usada na detecção de tumores.
“Imagine que a NASA grava dados de Marte por cinco dias. Se um terremoto começa apenas no quinto dia, os outros quatro dias acabam sendo um desperdício de energia e dinheiro”, explica Gustavo Matos, responsável pelo treinamento da IA do projeto.
O grupo desenvolveu um algoritmo acessível, que qualquer pessoa com um computador pode reproduzir, tornando o estudo de eventos sísmicos mais econômico e eficiente.
Além disso, criaram um site que permite explorar terremotos identificados por missões da NASA e entender os diferentes tipos de abalos em Marte e na Lua.
Formação do time
O grupo começou a ser formado em 2023, mas a consolidação só ocorreu em 2024, com a liderança de Gabriel Chayb.
Cada integrante desempenhou um papel específico no projeto:
- Gabriel Chayb (Sistemas de Informação): backend e desenvolvimento da solução;
- Larissa Mello (Engenharia Elétrica): estratégia e análise de projetos vencedores;
- Gustavo Matos (Sistemas de Informação): treinamento da IA;
- Alailton Junior (Engenharia Elétrica): suporte técnico e IA;
- Gustavo Tavares (Engenharia Biomédica): desenvolvimento do site;
- Ana Borges (Engenharia Biomédica): design e storytelling.
“Se a UFU não existisse, provavelmente isso não existiria. A universidade nos criou cientificamente”, afirmou Ana Borges, destacando o papel da instituição na conquista.
Prêmio e expectativas Com o título de Vencedores Globais, a equipe participará da Celebração dos Vencedores, que será realizada em uma instalação da NASA nos Estados Unidos, em junho de 2025. Durante o evento, terão a oportunidade de interagir com líderes da agência e aprender mais sobre seus processos científicos.
“Ainda não caiu a ficha, mas sabemos que essa vitória nos dá um palco para divulgar ciência e mostrar a importância de uma universidade pública como a UFU”, concluiu Gabriel Chayb.
A cerimônia de premiação foi transmitida ao vivo no canal oficial do NASA Space Apps Challenge no YouTube, no dia 16 de janeiro.