A Justiça de Minas Gerais decretou a prisão de um caminhoneiro de 49 anos, responsável por um trágico acidente na BR-116, em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, que resultou na morte de 39 pessoas.
O motorista, que estava sob efeito de cocaína, álcool e ecstasy, perdeu o controle de sua carreta bitrem, transportando um bloco de granito que se desprendeu e colidiu com um ônibus interestadual.
A Justiça decretou a prisão após investigações, e exames realizados dois dias após o acidente confirmaram a presença das substâncias ilícitas no organismo do suspeito.
A Polícia Civil de Minas Gerais encontrou e prendeu o motorista no Espírito Santo. O governador Romeu Zema (Novo) confirmou a prisão através de um comunicado em suas redes sociais.
Excesso de velocidade
O juiz Danilo de Mello Ferraz, responsável pela decisão, destacou que o motorista já tinha histórico de abordagens por embriaguez e se recusava a fazer o teste do bafômetro.
Além disso, o caminhão estava a 90 km/h em uma via com limite de 80 km/h e transportava uma carga de 68 toneladas, ultrapassando o limite permitido de 30 toneladas por reboque.
A jornada exaustiva de trabalho, sem o devido descanso, também foi citada como fator agravante.
O juiz apontou ainda que o motorista não prestou auxílio no local do acidente e se recusou a fornecer seu celular para investigação.
As investigações descartaram a hipótese de um estouro de pneu do ônibus como causa do acidente.
39 mortos e 9 feridos
O acidente ocorreu em 21 de dezembro, quando um ônibus interestadual com 45 passageiros pegou fogo após colidir com a carreta e um carro.
As vítimas, oriundas de São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Paraíba, estavam a caminho da Bahia. A tragédia deixou 39 mortos e nove feridos.
Causa do acidente
A investigação apontou que o sobrepeso da carga, que poderia ter causado a queda do bloco de granito, é uma das linhas de apuração.
Embora a hipótese não tenha sido confirmada, o delegado Amaury Albuquerque informou que indícios apontam a sobrecarga como uma possível causa.
Outra teoria, inicialmente sugerida, era de que um pneu do ônibus teria estourado, mas a perícia criminal descartou essa possibilidade.