Na manhã desta quinta-feira (18), uma ação coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia culminou na prisão da esposa de um membro do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ela foi detida sob a acusação de ser a responsável por monitorar a rotina de um policial penal marcado para morrer, sendo encontrada e apreendida a arma que seria utilizada no crime.
A prisão da mulher ocorreu durante a Operação “Decretados”, que, como parte de suas atividades, executou 116 mandados de prisão preventiva e 11 mandados de busca e apreensão contra integrantes do PCC. Os mandados foram cumpridos em diversos bairros de Uberlândia, assim como em cidades vizinhas e em presídios de Minas Gerais e São Paulo.
As investigações que levaram até a operação começaram após suspeitas de que membros da facção criminosa estavam recebendo drogas e celulares no Presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia, devido a um defeito no equipamento de escaneamento corporal. Segundo o promotor do Gaeco, Thiago Ferraz, o equipamento danificado levantou suspeitas de entrada de materiais ilícitos na unidade, desencadeando uma investigação que resultou na identificação de diversos celulares, drogas e membros envolvidos com o PCC.
Durante a operação, foram apreendidos pacotes de maconha, tabletes da mesma droga, celulares e porções de cocaína. Além disso, documentos e celulares apreendidos revelaram a complexa estrutura interna da facção criminosa, incluindo detalhes sobre a divisão de tarefas entre os membros e o controle exercido sobre os presos, bem como o uso de drogas como moeda de troca dentro da prisão.
Em resposta às preocupações levantadas pela operação, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) afirmou que o equipamento de escaneamento corporal no Presídio Professor Jacy de Assis já está em pleno funcionamento e que continuam sendo realizadas revistas rigorosas nas celas para coibir a entrada de materiais ilícitos. A Sejusp ressaltou ainda o trabalho diário do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) na manutenção da segurança nas unidades prisionais do estado.
Sejusp
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) enviou uma nota a respeito da situação no presídio.
“Informamos que o Presídio Professor Jacy de Assis, localizado em Uberlândia, ficou apenas um breve período sem o escâner corporal, entre os dias 11 a 19 de janeiro deste ano, devido a troca contratual da empresa fornecedora e substituição dos equipamentos em uso. A substituição não alterou a segurança da unidade tendo em vista que as revistas continuaram a ser realizadas de acordo com as normas previstas no Regulamento e Normas de Procedimentos do Sistema Prisional (ReNP). O equipamento já está em pleno funcionamento.
Salientamos ainda que o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) realiza diariamente várias ações de revista em celas para coibir a entrada ou permanência de materiais ilícitos ou não permitidos no interior das unidades prisionais sob sua administração.
Para isso, além da expertise de seus policiais penais e ações preventivas da Inteligência, conta com equipamentos como os escâners corporais e detectores de metal em revistas a visitantes e, também, as correspondências que chegam destinadas a custodiados são alvo de minuciosa inspeção de acordo com as normas previstas no ReNP.”