Uso terapêutico da cannabis: Entenda mais sobre decisão inédita da Justiça de MG para associação de Ituiutaba

Conforme notícia exclusiva do Regionalzão, a Tijucana Cannabis Terapêutica, associação de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, conseguiu uma liminar de tutela de urgência que autoriza a associação a plantar cannabis sativa, bem como extrair, manipular, dispensar, enviar e transportar os medicamentos dela extraídos, para fins exclusivamente medicinais.

A decisão é inédita em Minas Gerais e o tema ganhou grande repercussão nas redes sociais. Para trazer mais esclarecimentos sobre o uso terapêutico da cannabis, o Regionalzão fez um apanhado das principais informações sobre o tema:

A cannabis é amplamente conhecida e consumida em todo o mundo, tanto para fins recreativos quanto terapêuticos. Popularmente chamada de maconha, é a droga ilícita mais consumida globalmente. Apesar de seus efeitos serem frequentemente considerados leves, o uso prolongado da cannabis pode causar sérios prejuízos à saúde, assim como ocorre com outras substâncias psicoativas.

Historicamente, a cannabis foi utilizada na fabricação de produtos têxteis e papéis. No entanto, suas flores produzem uma resina com propriedades psicoativas, o que levou ao uso da cannabis como droga recreativa. Entre os principais compostos ativos da cannabis estão o tetrahidrocanabinol (THC), responsável pelos efeitos recreativos, e o canabidiol (CBD), que tem ganhado destaque pelo seu uso terapêutico.

O método de cultivo e o modo de consumo influenciam diretamente a concentração de THC na planta. Isso tem gerado preocupações entre as autoridades de saúde, devido ao aumento do potencial de dependência da cannabis. Atualmente, a cannabis é encontrada em diversas formas de consumo. O método mais comum é o fumo da erva, seja em cigarro comum ou eletrônico. Também pode ser consumida como resina, conhecida como haxixe, ou como óleo de cannabis.

A concentração de THC varia de acordo com a forma de apresentação da cannabis: enquanto nas folhas de Cannabis sativa a concentração é de cerca de 5%, no haxixe pode alcançar 20%, e no óleo de cannabis, até 60%. Além disso, existem variedades híbridas da planta, cultivadas para aumentar ainda mais a concentração de THC.

Diferente do uso recreativo, o uso terapêutico da cannabis é centrado no CBD, que não causa os efeitos psicoativos associados ao THC. O uso terapêutico da cannabis é comum para tratar condições como epilepsia e esclerose múltipla. A administração geralmente ocorre na forma de óleo de cannabis, colocado sob a língua para absorção, ou em comprimidos.

Apesar de relatos sobre o uso da cannabis para tratar ansiedade e depressão, os estudos científicos apresentam resultados inconclusivos. Em alguns casos, o uso da cannabis para depressão pode melhorar o humor, mas também aumentar os níveis de ansiedade, tornando seu uso para esses transtornos inviável. No Brasil, o uso terapêutico da cannabis é bastante restrito, sendo permitido apenas para casos de epilepsia e esclerose múltipla, sem indicações para tratar transtornos de ansiedade ou humor.

Embora muitos acreditem que a cannabis não causa dependência, isso é um mito. A maconha pode sim causar vício, e a abstinência pode desencadear sintomas como inquietação, agressividade, insônia e perda de apetite. Além disso, o uso crônico da cannabis pode levar a prejuízos cognitivos e problemas no sistema endócrino.

Nos homens, o uso frequente da cannabis pode reduzir a produção de espermatozoides e testosterona, enquanto nas mulheres, pode causar alterações hormonais. O consumo de cannabis durante a gravidez pode resultar em nascimentos prematuros ou bebês com baixo peso. Pessoas predispostas à esquizofrenia devem evitar o uso de cannabis, pois a substância pode agravar os sintomas psicóticos.

Embora a cannabis seja vista por muitos como uma droga leve, seus efeitos podem ser prejudiciais, especialmente quando usada de forma recreativa. Confira mais sobre a decisão da Justiça de Minas Gerais!

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