Minas Gerais iniciou 2025 com 68 mulheres nas prefeituras, um pequeno aumento em relação a 2021, quando 61 mulheres ocuparam o cargo.
No entanto, a presença feminina no comando das cidades mineiras ainda é limitada, representando apenas 7,9% das 853 cidades do estado, abaixo da média nacional.
No Triângulo Mineiro, apenas Uberaba, com Elisa Araújo, e Ituiutaba, com Leandra Guedes, têm representatividade feminina nas prefeituras.
Em todo o Brasil, 13% dos municípios são governados por mulheres, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nos últimos 20 anos, o número de prefeitas no estado cresceu apenas 3 pontos percentuais.
Em 2004, 42 mulheres (4,9%) foram eleitas, enquanto em 2020, 61 mulheres (7,15%) assumiram as prefeituras.
Apesar do aumento gradual, a porcentagem de prefeitas em Minas tem se mantido estável em torno de 7% desde 2012.
No pleito daquele ano, 68 mulheres foram eleitas, mas o número caiu para 63 em 2016 e permaneceu em 61 em 2020.
A cientista política Juliana Fratini Borges, conselheira da Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais, explica que a estagnação do número de prefeitas em Minas reflete uma tendência também observada no Legislativo, em níveis estadual e federal.
Segundo ela, Minas é um dos maiores colégios eleitorais do país, o que torna o estado um reflexo das dificuldades enfrentadas pelas mulheres em todo o Brasil.
Além disso, o cenário conservador da política mineira dificulta ainda mais a ascensão feminina ao poder.
Para a especialista, a dinâmica partidária ainda é desfavorável à ascensão de mulheres aos cargos executivos.
Embora tenha havido momentos de maior visibilidade para candidaturas femininas, como as de Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (Rede) à presidência da República em 2010, o número de mulheres eleitas continua abaixo do esperado.