No dia 27 de dezembro de 2024, o deputado federal André Janones (Avante-MG) anunciou publicamente o fechamento de seu gabinete político em Ituiutaba. Na ocasião, afirmou que a decisão fazia parte de uma “reestruturação”. Mas documentos judiciais revelam que o motivo era outro — e bem mais grave.
Dois dias antes, em 25 de dezembro, a Justiça informou o deputado sobre uma medida protetiva concedida com base na Lei Maria da Penha, atendendo a um pedido da prefeita de Ituiutaba, Leandra Guedes, sua ex-companheira.
A decisão determina que Janones mantenha distância mínima de 300 metros da prefeita, não tenha contato com ela por nenhum meio e tampouco divulgue fotos ou conteúdos íntimos. Com o gabinete localizado a poucos metros da Prefeitura, sua permanência na cidade se tornava, automaticamente, um risco de prisão em flagrante.
Tudo conectado
A cronologia não deixa dúvidas. A medida protetiva saiu no Natal. O anúncio da saída veio dois dias depois. E o silêncio de Janones sobre o verdadeiro motivo agora faz sentido: evitar flagrante e exposição pública.
A medida também autoriza o uso de força policial para garantir o cumprimento das ordens judiciais. Se descumprir, Janones pode ser preso.
Isolamento político
Além do impacto jurídico, o afastamento físico de Ituiutaba simboliza um movimento político: o esvaziamento da presença de Janones em seu reduto eleitoral.
Leandra Guedes, por outro lado, ganhou força após a denúncia de chantagem com fotos íntimas. Anote o que este colunista está dizendo: o Avante pode trocar um deputado instável e em crise por uma possível deputada que tem potencial para se tornar uma liderança nacional no combate à violência doméstica.
Essa análise integra a Coluna Poder, assinada por Adelino Júnior, que acompanha os bastidores da política regional.